Condição: Humana
segunda-feira, 9 de março de 2015
Desidratar Amores.
As relações amorosas passam várias fases e há uma que eu costumo comparar à fruta desidratada: retiras-lhe a vida (água) para concentrar e intensificar o melhor (sabor) - óptimo snack, jamais refeição completa.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
Aprender a Ouvir.
No outro dia, do nada, viro-me para os meus dois gatos que olhavam para mim com aqueles olhinhos bem abertos à espera não sei muito bem do quê e perguntei-lhes: porque é que gostam de mim?
Escusado será dizer que pestanejaram, viraram o rabo e correram sala fora felizes e contentes.
Que resposta, ou melhor, que lição é que eu tirei daqui?
Às vezes não precisamos ouvir aquelas palavras exactas que idealizamos porque já sabemos e sabemos porque um aconchego no colo, uma festinha inesperada ou só mesmo uma chamada de atenção também é uma forma de comunicar, só não é (exactamente) aquela que pretendemos.
Às vezes não precisamos ouvir aquelas palavras exactas que idealizamos porque já sabemos e sabemos porque um aconchego no colo, uma festinha inesperada ou só mesmo uma chamada de atenção também é uma forma de comunicar, só não é (exactamente) aquela que pretendemos.
domingo, 27 de abril de 2014
Função Do Amor?
Ultimamente tenho me debatido com a seguinte questão: porque exigimos tanto do amor?
Regra geral, aceitamos a familia onde crescemos, as amizades que criamos e as outras pessoas que vão passando com mais leveza mas importancia relevante, como por exemplo colegas. Aceitamos porque sabemos, ou aprendemos a lidar com elas. Arranjamos formas de conseguir tirar o melhor partido dessas relações tão naturais e necessárias à nossa vida. Sabemos exactamente até onde conseguimos ir, sabemos o que podemos partilhar com a familia, com os amigos, com os outros e sabemos o que podemos esperar de todos eles.
No amor este processo é muito mais dificil porque somos muito mais intolerantes e claro, exigentes. Queremos partilhar tudo, queremos pedir tudo, queremos fazer tudo, queremos ouvir tudo.
Esta ideia que o namorado/marido é o nosso melhor amigo, o pai que não tivemos, a mãe que não nos ouviu, o irmão que não partilhou, a irmã que não deu o melhor conselho ESTÁ ERRADA. A pessoa com quem decidimos ter uma relação amorosa não é aquilo que as outras pessoas não conseguiram ser nem vem preencher os vazios deixados por outros. Essa pessoa tem um papel nas nossas vidas diferente e da mesma forma que conseguimos lidar com as outras relações, deveriamos também arranjar um mecanismo para tirar o melhor partido do amor que vivemos neste momento.
Não me perguntem qual é porque eu própria ando à procura dele.
PS - Não estou de forma alguma a dizer que não devemos partilhar com o nosso amor as frustrações com os outros nem pedir conselhos sobre um arrufo que tivemos com a nossa melhor amiga: só estou a dizer que da mesma forma que a familia e os amigos têm funções diferentes na nossa vida, o nosso amor também tem a sua.
Regra geral, aceitamos a familia onde crescemos, as amizades que criamos e as outras pessoas que vão passando com mais leveza mas importancia relevante, como por exemplo colegas. Aceitamos porque sabemos, ou aprendemos a lidar com elas. Arranjamos formas de conseguir tirar o melhor partido dessas relações tão naturais e necessárias à nossa vida. Sabemos exactamente até onde conseguimos ir, sabemos o que podemos partilhar com a familia, com os amigos, com os outros e sabemos o que podemos esperar de todos eles.
No amor este processo é muito mais dificil porque somos muito mais intolerantes e claro, exigentes. Queremos partilhar tudo, queremos pedir tudo, queremos fazer tudo, queremos ouvir tudo.
Esta ideia que o namorado/marido é o nosso melhor amigo, o pai que não tivemos, a mãe que não nos ouviu, o irmão que não partilhou, a irmã que não deu o melhor conselho ESTÁ ERRADA. A pessoa com quem decidimos ter uma relação amorosa não é aquilo que as outras pessoas não conseguiram ser nem vem preencher os vazios deixados por outros. Essa pessoa tem um papel nas nossas vidas diferente e da mesma forma que conseguimos lidar com as outras relações, deveriamos também arranjar um mecanismo para tirar o melhor partido do amor que vivemos neste momento.
Não me perguntem qual é porque eu própria ando à procura dele.
PS - Não estou de forma alguma a dizer que não devemos partilhar com o nosso amor as frustrações com os outros nem pedir conselhos sobre um arrufo que tivemos com a nossa melhor amiga: só estou a dizer que da mesma forma que a familia e os amigos têm funções diferentes na nossa vida, o nosso amor também tem a sua.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
Nymphomaniac Vol I.
- It was about this time that a dramatic change happened inside of me. I could suddenly see a kind of order in the mess. It was all very wrong. I wanted to be one of Jerome's things. I wanted to be picked up and put down again and again. I wanted to be treated by his hands, according to some sophisticated principle that I didn't understand.
- His strong hands?
- Yes, but now it was no longer about his hands. It was different which of course it wasn't, and I knew that in my head. And I scolded myself for seeing in this new light.
- Love is blind.
- No, no, no, it's worse. Love distorts things or even worse, love is something you've never asked for. The erotic was something I asked for or even demanded of men. But this idiotic love... I felt humiliated by it... And all the dishonesty that follows. The erotic is about saying yes. Love appeals to the lowest instincts, wrapped up in lies. How do you say yes when you mean no and vice versa?
I'm ashamed of what I became but it was beyond my control.
in Nymphomaniac Vol I by Lars von Trier
- His strong hands?
- Yes, but now it was no longer about his hands. It was different which of course it wasn't, and I knew that in my head. And I scolded myself for seeing in this new light.
- Love is blind.
- No, no, no, it's worse. Love distorts things or even worse, love is something you've never asked for. The erotic was something I asked for or even demanded of men. But this idiotic love... I felt humiliated by it... And all the dishonesty that follows. The erotic is about saying yes. Love appeals to the lowest instincts, wrapped up in lies. How do you say yes when you mean no and vice versa?
I'm ashamed of what I became but it was beyond my control.
in Nymphomaniac Vol I by Lars von Trier
sexta-feira, 4 de abril de 2014
Comprometes ou Descomprometes?
Ultimamente tenho perdido algum tempo a tentar perceber porque é
que o pessoal anda com tanto problema em comprometer-se nas relações amorosas. Até me atrevo-me a dizer que é uma patologia do mundo moderno.
A primeira conclusão a que chego é que
somos mais inseguros do que aquilo que realmente achamos que somos (ou pelo
menos admitimos em público). E quando somos inseguros, ou seja com menos
confiança em nós próprios do que nos outros, achamos que é mais safe termos muitas hipóteses em aberto:
se uma correr mal, temos a outra, ou a outra ou ainda a outra. E se nenhuma
destas funcionar, podemos sempre ir ao baú das recordações e tirar de lá alguma
coisa.
Segundo: somos uns mimados e como as
crianças mimadas que têm tudo (os rapazes, os carrinhos todos e as raparigas os
bebés chorões de todos os tamanhos) não exploramos nada. Brincamos 5 minutos
com um brinquedo e depressa o pomos a um canto. Em casos de desespero, até o destruímos
convictos que em breve os papás compraram outro para substituir a lacuna.
Vivemos tudo e todos duma forma muito superficial. Não desmontamos os carrinhos
para perceberem como é que funcionam nem fazemos roupinhas novas para as
bonecas para perceber se têm outra beleza escondida.
Como não há duas sem três, ainda encontro
outra razão: a expectativa que criamos e elaboramos, seja culpa do marketing
que nos invade todos os dias ou dos ideais que a nossa família nos alimentou, à
volta do compromisso. Não há duvida mesmo que somos uma geração de "usa e
deita fora" - se podemos comprar casa e carro com facilidade, viajar
low-cost e decorar a casa todos os anos, porque razão então é que havemos
comprometer-nos com pessoas?
![]() |
Deixamos de
seguir as nossas convicções, não enfrentamos os nossos medos nem temos coragem
para sair do bando de pássaros que sobrevoa por aí.
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terça-feira, 1 de abril de 2014
domingo, 16 de março de 2014
To Be | ser ou estar, eis a questão.
Deixou-se de dizer: namoro com. Já muito raramente se diz: esta/e é a/o minha/meu mamorada/o.
Passamos a ser somente amigos: uns mais especiais do que outros, uns mais coloridos outros mais cinzentinhos, mas não passamos a ter mais do que relações de amizade.
No outro dia ouvia um amigo dizer que ESTAVA com aquela miúda. Fiquei a pensar na escolha do verbo ESTAR e a primeira relação que encontrei foi exactamente com o verbo TO BE que traduzido de inglês para português pode querer dizer SER ou ESTAR.
A verdade é que em português são verbos que querem dizer coisas diferentes - por exemplo, assim de repente defino que ESTAR é mais temporário e SER é mais permanente.
Eu SOU namorada dele e eu ESTOU com ele tem uma força diferente, tem um tempo diferente e uma intenção também diferente.
I am his girlfriend e I am with him já me parecem coisas iguais: forças paralelas e a mesma intenção.
Ao contrário do mundo material, onde nós podemos ESTAR com mais ou menos intensidade e/ou longevidade, no mundo emocional eu prefiro só querer SER, porque ESTAR acho que não dá tempo suficiente para conseguirmos vir a SER - é tudo demasiado passageiro e superficial para ser emocional.
Passamos a ser somente amigos: uns mais especiais do que outros, uns mais coloridos outros mais cinzentinhos, mas não passamos a ter mais do que relações de amizade.
No outro dia ouvia um amigo dizer que ESTAVA com aquela miúda. Fiquei a pensar na escolha do verbo ESTAR e a primeira relação que encontrei foi exactamente com o verbo TO BE que traduzido de inglês para português pode querer dizer SER ou ESTAR.
A verdade é que em português são verbos que querem dizer coisas diferentes - por exemplo, assim de repente defino que ESTAR é mais temporário e SER é mais permanente.
Eu SOU namorada dele e eu ESTOU com ele tem uma força diferente, tem um tempo diferente e uma intenção também diferente.
I am his girlfriend e I am with him já me parecem coisas iguais: forças paralelas e a mesma intenção.
Ao contrário do mundo material, onde nós podemos ESTAR com mais ou menos intensidade e/ou longevidade, no mundo emocional eu prefiro só querer SER, porque ESTAR acho que não dá tempo suficiente para conseguirmos vir a SER - é tudo demasiado passageiro e superficial para ser emocional.
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